Portugal gerou um Sistema de Vigilância Diária de Mortalidade (VDM) que opera, desde 2003, em conjunto com o Sistema de Alerta e Vigilância da Temperatura e Saúde. Este surgiu na sequência do estudo de impacto da onda de calor de 2003 sobre a mortalidade da população portuguesa.
Os autores deste artigo (P. J. Nogueira, A. Machado, E. Rodrigues, B. Nunes, L. Sousa, M. Jacinto, A. Ferreira, J. M. Falcão, P. Ferrinho – publicado: http://www.eurosurveillance.org) descrevem como o sistema de VDM evoluiu e se tornou num sistema automatizado de funcionamento anual. Caracterizam ainda, de um modo resumido, o potencial do sistema VDM utilizando dados de mortalidade de Janeiro de 2006 a Junho de 2009, recolhidos pelo próprio sistema.
Os autores defendem que este novo sistema tem vantagens importantes como sejam: a rápida aquisição de informação; a globalidade (toda a população portuguesa está incluída); a simplicidade (muito pouca informação é trocada, apenas variáveis como data da morte, idade, sexo, local de registo da morte). Deste modo, este sistema permite a detecção rápida de impactos (no prazo de cinco dias) e permite, ainda, uma rápida previsão de quantificação de impactos (uma rápida quantificação de impactos preliminar), que geralmente levava vários anos a ser concluído. Estas características fazem deste sistema uma poderosa ferramenta estratégica para a acção em saúde pública. O sistema VDM também representa um exemplo de cooperação interinstitucional, reunindo organizações de dois ministérios diferentes (da Saúde e da Justiça), visando melhorar o conhecimento sobre a mortalidade da população portuguesa.
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