O uso de stents em pacientes idosos com artérias obstruídas na zona do pescoço deve ser evitado, segundo uma nova investigação, publicada na revista “Lancet”. Contudo, o procedimento continua a ser seguro em jovens.
A colocação do stent é feita através de um cateter inserido pela virilha e conduzido até à artéria para impedir a obstrução do fluxo no local. Um balão é insuflado no local do bloqueio e o stent mantém a artéria desobstruída.
Estudos anteriores já tinham demonstrado que os pacientes com bloqueio das artérias do pescoço (estenose carotídea) que foram tratados com stents pareciam correr, a curto prazo, um risco mais elevado do que aqueles que desobstruíram as artérias por cirurgia (endarterectomia).
Investigadores liderados por Martin Brown, do National Hospital for Neurology and Neurosurgery, no Reino Unido, efectuaram uma revisão de estudos com dados de mais de 3.400 pacientes que sofreram AVC (acidente vascular cerebral). Desses, 1.725 colocaram stents e 1.708 fizeram cirurgia. Contudo, a idade dos pacientes influiu no sucesso dos procedimentos.
A equipa verificou que durante os quatro meses de pós-tratamento, “o risco de AVC ou de morte foi significativamente maior entre os pacientes que tinham sido submetidos à colocação de stent (8,9%) do que no grupo submetido a endarterectomia carotídea (5,8%).”
No entanto, a idade mostrou ser o factor mais preponderante no resultado. Nos pacientes com mais de 70 anos, o risco associado à colocação de stent foi de 12%, o dobro do associado à endarterectomia carotídea (5,9%).
Entre os pacientes com menos de 70 anos, o risco foi semelhante nos dois procedimentos: 5,8% no grupo de stents e 5,7% para os que tinham sido submetidos a endarterectomia carotídea.
Em comunicado de imprensa, Peter Coleman, vice-director do gabinete de pesquisa da The Stroke Association, afirmou que os “procedimentos preventivos para os pacientes que têm sintomas de um ataque isquémico transitório, ou mini-AVC, são essenciais para ajudar a impedir que as pessoas tenham um AVC grave.”