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Envelhecimento da população: Políticas públicas carecem de revisão

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Envelhecimento da população: Políticas públicas carecem de revisão

É necessário um debate com carácter de urgência sobre o envelhecimento da população, as mudanças e as consequências que daí decorrem. José Silva Peneda, presidente do Conselho Económico e Social (CES) considera que é necessário mobilizar todos os agentes da sociedade para fazer face a esta mudança de paradigma.

As alterações que se perspetivam em Portugal para fazer face ao envelhecimento da população “têm tanto de difícil como de estimulante”, sintetizou José Silva Peneda, no encerramento do Seminário “Envelhecimento da População: Consequências Económicas, Sociais e Organizacionais”, que se realizou no dia 26 de Junho no Auditório do Montepio em Lisboa.

“É um debate com caráter de urgência. É necessário mobilizar todos os agentes económicos, sociais, culturais, entre outros.”

Para o presidente do CES, o envelhecimento da população “é um grande desafio”. “Mas não podemos deixar de pensar que é também uma grande oportunidade para reformular as políticas públicas de modo a lidar com as necessidades do envelhecimento”. José Silva Peneda acrescentou que “seria mais fácil se Portugal estivesse em condições económicas positivas, mas tal não vai acontecer em breve, uma vez que dependemos de terceiros”, finalizou Silva Peneda.

Sobre o modelo social europeu, Silva Peneda discorda de quem fala “em dias contados”. “O modelo deve ser redefinido, mas os valores de base subjacentes (liberdade, respeito pelos direitos humanos e protecção social) não devem ser abalados”.

As alterações passam pela redifinição das políticas para o cumprimento desses valores. “Vivemos um tempo de racionamento, mas não se pense que se vão desbaratar os valores que estiveram na base da criação do projeto europeu”.

O responsável recordou que o Parecer de Iniciativa sobre as Consequências Económicas, Sociais e Organizacionais Decorrentes do Envelhecimento da População foi uma iniciativa do próprio CES. Este Parecer foi apresentado por  Manuel Lemos. O presidente da União das Misericórdias Portuguesas explicou que os problemas da União Europeia resultam de uma combinação de falta de competitividade e envelhecimento.

O Parecer teve por base o estudo “O envelhecimento da população: dependência, ativação e qualidade” da Universidade Católica Portuguesa. Este estudo foi realizado por Fernando Chau, Cândida Soares e José Fialho, entre outros investigadores da Universidade Católica Portuguesa. Foram estes os três autores a marcar presença no Seminário “Envelhecimento da população”.

Fritz Von Nordheim, da direção-geral do Emprego da Comissão Europeia, participou no Seminário através da exibição de um vídeo previamente gravado. Os comentário ficaram a cargo de Joaquina Madeira, coordenadora nacional do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações.

Entre os oradores convidados esteve ainda Manuel Villaverde Cabral, diretor do Instituto do Envelhecimento da Universidade de Lisboa. O encontro arrancou com a apresentação de José Almeida Serra, administrador do Montepio e conselheiro do CES.

Conclusões do Seminário

Terminado o seminário ficam inúmeras questões em aberto, caminhos para percorrer e opções a tomar ao mais alto nível. O envelhecimento vai muito além de um conjunto elevado de anos vividos. As condições sócio-económicas, de saúde e de bem-estar melhoraram e é isso que nos permite viver mais anos. Agora é preciso vivê-los com qualidade, conjugando formação, trabalho, saúde e descanso. Para o efeito, é preciso dar continuidade a este debate para que o envelhecimento ativo seja de facto uma realidade para todos.

Por Ei – Educação Informação Montepio

 

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Para saber mais:

Parecer de iniciativa sobre as consequências económicas, sociais e organizacionais

Estudo do Envelhecimento da População: dependência, ativação e qualidade

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A Associação Portuguesa de Psicogerontologia-APP, Instituição Particular de Solidariedade Social sem fins lucrativos e de âmbito nacional, dedica-se às questões biopsicológicas e sociais inerentes ao envelhecimento e às pessoas idosas, visa a promoção da dignificação, respeito, saúde, autonomia, participação e segurança das pessoas idosas, num quadro de envelhecimento ativo e de solidariedade intergeracional, e de uma sociedade mais inclusiva para todas as idades, promove novas mentalidades e combate estereótipos negativos relativamente à idade e ao envelhecimento.

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