Associação Portuguesa de Psicogerontologia

«AS RESPOSTAS SOCIAIS NO PERCURSO DE CUIDADOS À PESSOA COM DEPENDÊNCIA” – Estudo Universidade de Évora / CNIS

Partilhar no Facebook
Partilhar no Twitter
Partilhar no LinkedIn

«AS RESPOSTAS SOCIAIS NO PERCURSO DE CUIDADOS À PESSOA COM DEPENDÊNCIA” – Estudo Universidade de Évora / CNIS

Para assinalar a data, e face aos constrangimentos da pandemia da Covid-19, a CNIS promoveu uma sessão comemorativa simbólica e online ( https://www.youtube.com/watch?v=K-2UO3KfoDo) com dois momentos distintos.

Primeiro, o presidente da Direção, padre Lino Maia, fez uma breve declaração evocativa das quatro décadas da Confederação e, depois, foi apresentado um estudo desenvolvido por investigadores da Universidade de Évora. O estudo foi apresentado pelo docente e investigador Manuel Lopes, coordenador do projeto, que se intitula «As respostas sociais no percurso de cuidados à pessoa com dependência».

Este é um estudo que aborda a situação do envelhecimento da população portuguesa, com dois grandes objetivos: compreender e caracterizar a dependência das pessoas cuidadas nas respostas sociais de Estrutura Residencial Para Idosos e Centro de Dia; e desenvolver um modelo de cuidados adequados à nova realidade de dependência dos mais idosos.

https://www.saudemais.tv/noticia/27352-idosos-que-estao-em-lares-ou-centros-de-dia-tem-varias-doencas-e-dependencia-estudo

Idosos que estão em lares ou centros de dia têm várias doenças e dependência – Estudo

LUSA15-01-2021 17:58h

Os idosos que vivem em lares ou frequentam os centros de dia têm múltiplas doenças e dependência e as instituições têm de adaptar a prestação de cuidados destas pessoas, revelam os resultados preliminares de um estudo nacional.

Os primeiros resultados do estudo “As respostas sociais no percurso de cuidados à pessoa com dependência”, da autoria da Universidade de Évora, encomendado pela Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade (CNIS), dá conta de que a multimorbilidade e a dependência são as duas características mais marcantes na saúde dos idosos portugueses.

O estudo, que ainda decorre, procurou analisar duas das três respostas sociais previstas atualmente, no caso as Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI) e os Centros de Dia, com o objetivo de compreender e caracterizar a dependência das pessoas cuidadas e desenvolver modelos de cuidados com base nas características encontradas.

Tal como explicou o coordenador da investigação, foram realizados três estudos, um para avaliar o perfil funcional e cognitivo das pessoas idosas que frequentam estas estruturas, outro para conhecer as condições estruturais do contexto onde os cuidados são prestados e um terceiro para avaliar o enquadramento legislativo e regulamentar de funcionamento das ERPI e dos Centros de Dia, para depois ser possível propor um modelo de intervenção.

De acordo com Manuel Lopes, os resultados preliminares mostram que é necessário repensar o modelo de cuidados prestados aos idosos que vivem numa ERPI ou frequentam os Centros de Dia, apontando que não há um critério sobre quem pode fazer o diagnóstico das necessidades de cada utente, já que em algumas instituições é um enfermeiro, noutras o assistente social ou às vezes outro profissional de saúde, independentemente de ter ou não formação para isso.

Nesse sentido, defende que o modelo de cuidados precisa reconsiderar o enquadramento legislativo, o enquadramento organizacional, as necessidades das pessoas e os resultados que procura atingir.

O estudo, que foi apresentado hoje no âmbito das comemorações dos 40 anos da CNIS, foi feito com base na avaliação de 645 pessoas, 537 das quais a viver em ERPI, onde, aliás, a média de idades é mais alta (86,3 anos) do que nos Centros de Dia (83,2 anos).

A multimorbilidade, ou seja, ter duas ou mais doenças, é uma realidade, se bem que mais acentuada entre os idosos das ERPI, onde quase 70% dos idosos padece dessa condição, entre 69,4% dos homens e 70,4% das mulheres, contrariamente ao que se passa nos Centros de Dia, onde apenas 36,4% dos homens apresenta multimorbilidade, apesar de 66% das mulheres também ter.

As doenças mais prevalentes são as do aparelho circulatório (58,3%%), sistema nervoso (37,3%) e doenças do sistema musculoesquelético (30,5%), tendo sido também analisados indicadores de deterioração cognitiva, um dos primeiros sinais de doenças como a demência.

A análise revelou que nos Centros de Dia 43,3% das mulheres e 35,3% dos homens tem sinais de deterioração cognitiva, enquanto nas ERPI esses valores aumentam para 59,6% de mulheres e 50% de homens.

“Ou seja, metade ou mais das pessoas que estão em ERPI tem sinais de deterioração cognitiva”, sublinhou Manuel Lopes, acrescentando que “deve merecer maior atenção” o facto de tanto numa resposta como noutra haver uma prevalência tão elevada de idosos com sinais de deterioração cognitiva.

Depois da constatação, a equipa de investigadores escalonou o grau de degradação cognitiva e constatou que quase metade dos idosos que residem numa ERPI (40%) têm uma deterioração moderada ou grave, sendo que 22% tem de forma grave, “uma dimensão extremamente importante e que condiciona os cuidados prestados a estas pessoas”, referiu Manuel Lopes.

Constataram também que as pessoas que residem em ERPI são muito mais dependentes do que as que frequentam os Centros de Dia, sendo que quase 60% delas tem níveis de dependência acentuados, entre 29% com problemas moderados, 20% com problemas graves e 7,5% com problemas complexos e a precisarem de ajuda para tudo.

Já nos Centros de Dia, 66% das pessoas tem problemas ligeiros e 14,2% não tem qualquer dependência, contra 7,3% nas ERPI.

O estudo refere também que há uma diferença de género e que as mulheres apresentam pior perfil funcional e mais degradação cognitiva do que os homens, além de ter notado uma maior degradação cognitiva entre os idosos solteiros, viúvos ou divorciados, entre as pessoas que nunca frequentaram a escola, e entre os que estão institucionalizados em ERPI.

https://www.cmjornal.pt/sociedade/detalhe/estudo-revela-que-idosos-portugueses-que-estao-em-lares-ou-centros-de-dia-tem-varias-doencas-e-dependencia

Associação Portuguesa de Psicogerontologia

A Associação Portuguesa de Psicogerontologia-APP, Instituição Particular de Solidariedade Social sem fins lucrativos e de âmbito nacional, dedica-se às questões biopsicológicas e sociais inerentes ao envelhecimento e às pessoas idosas, visa a promoção da dignificação, respeito, saúde, autonomia, participação e segurança das pessoas idosas, num quadro de envelhecimento ativo e de solidariedade intergeracional, e de uma sociedade mais inclusiva para todas as idades, promove novas mentalidades e combate estereótipos negativos relativamente à idade e ao envelhecimento.

Artigos Relacionados

Destaque Evento

ABERTURA DE CANDIDATURAS À CATEGORIA “FAMÍLIA E COMUNIDADE” DO PRÉMIO ENVELHECIMENTO ACTIVO DRA. MARIA RAQUEL RIBEIRO, 12ª. EDIÇÃO, 2023

O período das candidaturas à categoria “Família e Comunidade” é de 28 de junho a 28 de julho de 2023.