O consumo de chá verde atrasa o processo de envelhecimento cerebral, diminuindo os danos neurológicos e a perda de memória associada, revela um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).
O estudo, liderado por José Paulo Andrade, investigador do Centro de Morfologia Experimental da FMUP, teve como objectivo “perceber o efeito do consumo regular de chá verde nas alterações provocadas pelo envelhecimento no hipocampo, uma região do cérebro envolvida na formação da memória”, refere a faculdade, em comunicado enviado à imprensa.
A equipa estudou ratos velhos com 19 meses de idade, que ingeriram chá verde diariamente desde os 12 meses, comparando-os depois com dois grupos de controlo que não consumiram chá verde: um composto por ratos da mesma idade e o outro grupo que integrava ratos mais jovens.
Os resultados do estudo demonstraram que os animais que consumiram chá verde foram menos expostos ao stress oxidativo, acumularam menor quantidade de lipofuscina (pigmentos que se formam nas células quando estão a sofrer alterações degenerativas) nas células do sistema nervoso central e obtiveram melhores resultados nos testes de aprendizagem e memória espacial do que os ratos dos grupos de controlo.
Segundo o comunicado enviado à imprensa, os investigadores acreditam que os efeitos neuroprotectores do chá verde na formação do hipocampo se devem à elevada concentração de catequinas (polifenóis com forte actividade antioxidante).
Os ratos estudados beberam, por dia, uma quantidade equivalente ao consumo de aproximadamente meio litro de chá verde no homem, pelo que os autores aconselham o “consumo regular desta bebida quando incluída numa dieta normal e equilibrada”.