Associação Portuguesa de Psicogerontologia

Portugueses trabalham mais e reformam-se aos 63 anos

Partilhar no Facebook
Partilhar no Twitter
Partilhar no LinkedIn

Portugueses trabalham mais e reformam-se aos 63 anos

 

Portugueses são dos que se reformam mais tarde e que menos tempo gozam pensão.

 

Os portugueses reformaram-se, em média, aos 63 anos este ano, cinco meses mais tarde do que em 2007, quando entrou em vigor a reforma da Segurança Social. Na Europa, segundo os dados disponíveis para a mortalidade, os portugueses são dos que menos tempo têm para gozar a sua reforma.

Este aumento no tempo de vida activa (e respectivo adiamento da entrada na reforma) é uma consequência directa da alteração recente das regras das pensões. As reformas passaram a ser penalizadas por via do factor de sustentabilidade, que liga o valor das pensões à esperança média de vida. O facto das pessoas viverem cada vez mais tempo reduz automaticamente o valor das pensões à luz das novas regras (ver caixa). Ou seja, apesar da idade legal continuar a ser os 65 anos, a verdade é que agora (e gradualmente mais desde 2007) as pessoas que chegam à idade limite de reforma têm de trabalhar mais algum tempo (semanas, meses) para evitar uma penalização na pensão que vão receber até ao final das suas vidas.

Fonte oficial do Ministério do Trabalho confirmou ao DN que “os dados administrativos da Segurança Social mostram que, em 2010, a idade média de reforma dos pensionistas de velhice do regime geral contributivo foi de 63 anos”. Em 2007, o primeiro ano a sério da reforma liderada pelo ex-ministro da Solidariedade Social José Vieira da Silva, a idade média rondava os 62,6 anos.

Dados do Eurostat mostram que Portugal já é um dos países europeus onde as pessoas se reformam efectivamente mais tarde. Em 2007, por exemplo, a idade real de passagem à aposentação dos portugueses foi superior à que vigorou em países como Finlândia, Grécia ou Áustria. Quando se comparam os últimos números disponíveis para os países europeus, a ordem mantém-se relativamente inalterada.

Mas os pensionistas portugueses até serão dos que menos encargos dão ao sistema de pensões, pois vivem relativamente menos tempo na reforma do que a maioria dos povos europeus.

Tendo em conta que a idade de reforma real é de 63 anos e que a esperança média de vida aos 65 anos é de quase 18,5 anos, significa que os portugueses gozam as suas pensões de velhice durante cerca de 20,5 anos. Menos seis anos que os franceses, menos cinco anos que os luxemburgueses e menos quatro anos que os gregos. Devido à crise, às imposições políticas e às crescentes pressões demográficas, França, Grécia, Espanha e outros países europeus pretendem acabar com a generosidade dos seus sistemas, everedando por reformas da Segurança Social. Portugal tem recebido elogios internacionais por se ter antecipado nestas políticas e prolongado por mais alguns anos a sustentabilidade do sistema.

A reforma desenhada em 2006 assenta em dois pilares: um é o factor de sustentabilidade, que implica trabalhar mais tempo para evitar penalizações. O segundo é o que prende a actualização dos valores das pensões às condições económicas (crescimento do produto e inflação), utilizando o Indexante de Apoios Sociais (IAS) em vez do salário mínimo.

Em Novembro, Portugal tinha 1,897 milhões de pensionistas activos por velhice, um número que não pára de aumentar. Segundo o Instituto de Informática da Segurança Social, este ano (entre Janeiro e Novembro) foram pagos 8,941 mil milhões de euros em reformas deste tipo. Àqueles juntam-se ainda 698,7 mil titulares de pensões de sobrevivência e 291,5 pensionistas por invalidez.

In Diário de Notícias

Associação Portuguesa de Psicogerontologia

A Associação Portuguesa de Psicogerontologia-APP, Instituição Particular de Solidariedade Social sem fins lucrativos e de âmbito nacional, dedica-se às questões biopsicológicas e sociais inerentes ao envelhecimento e às pessoas idosas, visa a promoção da dignificação, respeito, saúde, autonomia, participação e segurança das pessoas idosas, num quadro de envelhecimento ativo e de solidariedade intergeracional, e de uma sociedade mais inclusiva para todas as idades, promove novas mentalidades e combate estereótipos negativos relativamente à idade e ao envelhecimento.

Artigos Relacionados