A população portuguesa ingere a quantidade de líquidos aconselhada pelos valores de referência europeus, com excepção dos homens com idade superior a 50 anos e com níveis baixos de escolaridade, aponta um estudo promovido pelo Instituto de Hidratação e Saúde.
Em média, as mulheres deveriam consumir 1,5 litros de água e os homem 1,9 litros, repartidos ao longo do dia.
Este estudo, denominado “Influência das motivações de consumo no aporte hídrico dos portugueses”, incidiu sobre uma amostra representativa da população portuguesa, residente em Portugal Continental, constituída por 3.014 indivíduos, sendo 51% do sexo feminino e com uma idade média de 40,3 anos.
Verificou-se um aporte hídrico médio, proveniente de bebidas, de 1,73 litros/dia. Cerca de 40% do aporte advém do consumo de água e a maior proporção do aporte é relativa ao consumo efectuado às refeições.
Comparativamente aos valores de referência europeus da European Food Safety Autority (EFSA) para a ingestão de água proveniente do consumo de bebidas, verificou-se que cerca de metade dos inquiridos apresenta valores de aporte hídrico acima dos valores de referência aplicáveis ao seu sexo e idade. São as mulheres e os indivíduos das faixas etárias mais jovens, mais escolarizados e de escalões de rendimento mais elevados que mais atingem os valores de referência.
Quando aos indivíduos mais afastados dos valores de referência, o estudo identificou os do sexo masculino, os escalões etários mais avançados e os menores níveis de escolaridade. Neste grupo estão 13,6% do total da amostra, um valor considerado pelos investigadores como “ preocupante”, mas que se agrava em determinados segmentos da população, como no escalão dos 51 aos 70 anos, em que sobe para 17,5%, ou nos indivíduos do sexo masculino (19,9%).
O estudo alerta para a necessidade “não só de programas de divulgação da importância do estado de hidratação para uma vida saudável, como da adopção nestes programas de estratégias de hidratação adaptadas às motivações de consumo e à literacia dos segmentos da população pior hidratados”.