Associação Portuguesa de Psicogerontologia

Há cinco mil internamentos por dia nos hospitais

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Há cinco mil internamentos por dia nos hospitais

 

Melhoria do diagnóstico e do acesso ao tratamento explicam subida de 17% de 2007 para 2008. Peritos avançam ainda que se sobrevive mais, o que gera mais episódios de internamento.

 

Os hospitais registam todos os dias cinco mil internamentos em média, um número que tem vindo a subir com a melhoria da prestação de cuidados de saúde mas também com o gradual envelhecimento da população. Segundo o relatório “Mobilidade Hospitalar Serviço Nacional de Saúde 2008”, da Direcção-Geral da Saúde (DGS), houve registo de 6 887 191 dias de internamento nos hospitais em 2008. Tendo em conta que em média há uma demora de 3,7 dias por internamento, terão passado pelos serviços quase 1,9 milhões de doentes só do Continente.

Os dados de 2008 mostram um crescimento elevado no número de doentes internados, mais quase 270 mil do que no ano anterior. Feitas as contas, houve o equivalente a mais 739 casos por dia. No entanto, importa ressalvar que haverá casos de doentes que foram internados mais do que uma vez neste período de 12 meses.

Paulo Nogueira, chefe da Divisão de Estatísticas de Saúde da DGS, explicou ao DN que a subida no número de dias de internamento “é um sinal de que a prestação de serviços tem aumentado. A prestação nunca foi tão boa como actualmente. Por outro lado, as pessoas têm uma maior longevidade e sobrevivem mais às doenças, porque a medicina progrediu. Além disso, há um aumento de casos e melhoria do diagnóstico”.

Reconhecendo que este número irá sempre aumentar, e que em 2009 os números registam a mesma tendência, Paulo Nogueira recorda que, pelo contrário, a demora no internamento tem vindo a baixar. Em 2008, os doentes ficavam no hospital em média 3,7 dias, abaixo dos 4,2 do ano anterior. “O desejável é que os doentes fiquem o mínimo de tempo necessário. Por vezes, se se fica nos hospitais muito tempo até é prejudicial”, sublinha. Talvez por isso se tenham registado mais 239 347 internamentos com entrada e saída no mesmo dia em 2008, para 921 mil. As áreas do cancro, genito-urinária e do sistema nervoso tiveram mais casos.

As doenças do aparelho circulatório, como as doenças cardíacas e os AVC, foram responsáveis por mais de um milhão de dias de internamento, seguidas pelas doenças oncológicas e pelas respiratórias. No entanto, foi no tratamento do cancro que mais se notou um acréscimo anual: mais 48 mil dias do que em 2007. Jorge Espírito Santo, presidente do Colégio de Oncologia da Ordem dos Médicos, explica que “há mais casos novos de cancro e um aumento da sobrevivência. Factores que nos remetem para um outro problema que é a falta de unidades indicadas para os colocar, sobretudo nos cuidados paliativos. Este ano ainda tivemos espera de três meses”. Em altura de crise, “as pessoas ficam desempregadas e sem meios para receber os seus familiares. Tudo isto irá agravar o aumento das estadias nos hospitais”. Aumento de dias de internamento tiveram ainda as doenças mentais (mais 44 mil), do aparelho digestivo e genito-urinário (mais 11 mil cada uma). A pneumonia liderou a lista de doenças, com 423 mil dias (ver infografia).

Os hospitais deram alta a 1,87 milhões de doentes, mais 200 mil do que em 2007. As doenças do sistema nervoso e os cancros tiveram, respectivamente, mais 28 e dez mil doentes. Nas mulheres, a gravidez, parto e puerpério foram o principal motivo de internamento e posterior alta. No homens, os aparelhos circulatório e digestivo foram as principais razões.

In Diário de Notícias

Associação Portuguesa de Psicogerontologia

A Associação Portuguesa de Psicogerontologia-APP, Instituição Particular de Solidariedade Social sem fins lucrativos e de âmbito nacional, dedica-se às questões biopsicológicas e sociais inerentes ao envelhecimento e às pessoas idosas, visa a promoção da dignificação, respeito, saúde, autonomia, participação e segurança das pessoas idosas, num quadro de envelhecimento ativo e de solidariedade intergeracional, e de uma sociedade mais inclusiva para todas as idades, promove novas mentalidades e combate estereótipos negativos relativamente à idade e ao envelhecimento.

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