Associação Portuguesa de Psicogerontologia

Doentes idosos correm mais risco de infecção hospitalar

Partilhar no Facebook
Partilhar no Twitter
Partilhar no LinkedIn

Doentes idosos correm mais risco de infecção hospitalar

O risco de contrair uma infecção hospitalar aumenta com a idade. Acima dos 79 anos, a taxa de infecção adquirida nas unidades de saúde ultrapassou os 14 por cento, segundo o último inquérito de prevalência na- cional. Ou seja, um sétimo dos internados nesta faixa etária apanharam infecções durante a hospitalização.

Também o prolongamento da estadia no hospital aumenta o risco. Para além dos sete dias de internamento, as taxas de doentes infectados disparam. Entre os 61 e os 90 dias, chegam a atingir cerca de um terço dos que permanecem hospitalizados.

São dados do último inquérito de prevalência de infecção associada aos cuidados de saúde feito no ano passado em 114 hospitais (públicos e privados) – cujas conclusões acabam de ser divulgadas pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Nos doentes em geral, já tinha sido anunciado que a taxa de infecção encontrada a nível nacional foi de 9,8 por cento – o que significa que um em cada dez contrai uma infecção durante o internamento. Um aumento face ao último estudo de prevalência, feito em 2003, e que apontou para uma percentagem de 8,4 por cento. Mas este acréscimo já foi desvalorizado pela coordenadora do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infecção Associada aos Cuidados de Saúde, Cristina Costa, da DGS. A responsável atribui o acréscimo ao aumento da população idosa, mais susceptível, e ao alargamento das definições de infecção. Seja como for, esta é das taxas mais elevadas quando comparada com estudos recentes realizados em países europeus, lê-se nas conclusões do estudo.

“Não é uma taxa que nos alarme, mas deve servir para chamar a atenção [para este problema]”, defende o infecciologista Meliço Silvestre, que lembra que a medicina moderna é cada vez mais invasiva (cirurgias, catéteres) e que há cada vez mais doentes imunodeprimidos.

O problema é bem mais grave nas unidades de cuidados intensivos e nas unidades de queimados, onde quase metade dos doentes (45,7 e 44 por cento, respectivamente) estavam infectados. São unidades onde os pacientes já entram com doenças muito graves e onde são necessários “procedimentos muito invasivos”, justifica o infecciologista. As infecções mais frequentes são as das vias urinárias (24 por cento) e as pneumonias (21,38 por cento).

Na Europa, todos os anos cerca de quatro milhões de pessoas contraem infecções nos serviços de saúde e 37 mil acabam por morrer. Em Portugal não existem dados sobre a mortalidade provocada por este grave problema de saúde pública.

Fonte: Jornal Público

Associação Portuguesa de Psicogerontologia

A Associação Portuguesa de Psicogerontologia-APP, Instituição Particular de Solidariedade Social sem fins lucrativos e de âmbito nacional, dedica-se às questões biopsicológicas e sociais inerentes ao envelhecimento e às pessoas idosas, visa a promoção da dignificação, respeito, saúde, autonomia, participação e segurança das pessoas idosas, num quadro de envelhecimento ativo e de solidariedade intergeracional, e de uma sociedade mais inclusiva para todas as idades, promove novas mentalidades e combate estereótipos negativos relativamente à idade e ao envelhecimento.

Artigos Relacionados