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Doença de Alzheimer: marcadores podem detectar doença mais precocemente

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Doença de Alzheimer: marcadores podem detectar doença mais precocemente

A presença de três proteínas no líquido cefalorraquidiano pode detectar a doença de Alzheimer antes do início dos sintomas e pode também indicar quão rápida está a ser a progressão da doença, revela um estudo publicado no “Archives of Neurology”.

Nos últimos anos, os cientistas têm tentado encontrar indícios fisiológicos que possam indicar a presença ou a possibilidade de desenvolver doença de Alzheimer. Até ao momento, ainda não existem medicamentos eficazes contra esta doença que começa a desenvolver-se cerca de uma década antes de os sintomas aparecerem. Assim, a sua detecção precoce poderá resultar na prevenção e no tratamento mais eficaz.

Neste estudo, os investigadores da Ghent University, Bélgica, mediram os níveis de três proteínas envolvidas no aparecimento da doença de Alzheimer – a proteína tau total, a proteína tau fosforilada e a proteína beta-amilóide – no líquido cefalorraquidiano de 102 indivíduos que sofriam de Alzheimer, 200 que tinham défice cognitivo e 114 indivíduos saudáveis.

O estudo revelou que um perfil proteico estava associado à presença da doença, enquanto outro correspondia a um estado saudável. Quando estes perfis foram aplicados aos dados dos subgrupos, os investigadores constataram que o perfil proteico associado à doença de Alzheimer estava presente em 90% dos indivíduos que sofriam desta demência, em 72% que apresentavam défice cognitivo leve e em 36% que não apresentavam  défice cognitivo.

O perfil proteico que consistia em níveis baixos da proteína beta-amilóide e níveis elevados de proteína tau fosforilada foi observado, com 100% de fiabilidade, nos indivíduos que tinham défice cognitivo leve, o qual evoluiu para doença de Alzheimer.

O facto de o perfil proteico associado à doença estar presente em mais de um terço dos indivíduos sem sinais de défice cognitivo sugere que a patologia da doença de Alzheimer está activa e é detectável mais cedo do que se imaginava, concluem os autores do estudo. Estes dados indicam que é necessário fazer uma revisão dos actuais critérios de diagnóstico para a doença de Alzheimer ou, pelo menos, para os estádios iniciais da mesma.

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