A violência sexual contra crianças e jovens é um flagelo que tem prevalecido na nossa sociedade, com implicações profundas na saúde física e psicológica das crianças, não só no momento dos abusos mas afetando todo o seu processo de vida. Só em 2014, o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) descreve cerca de 1.011 casos de abuso sexual de crianças, adolescentes e menores dependentes, sendo a faixa etária dos 8 aos 13 anos a mais afetada.
É preocupante pensar que mais de metade dos abusos sexuais ocorridos em Portugal são realizados contra crianças e jovens. Uma das formas mais preocupantes desta violência é a que acontece no seio da família, sabendo-se que os agressores são, normalmente, um familiar ou conhecido da criança. Este facto contribui para o silenciamento dos casos, e para a não apresentação de queixa junto das autoridades ou a pedido de apoio.
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), na sua missão diária de apoiar as vítimas de crime, suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais, tem mantido o apoio a crianças e jovens vítimas de violência, em todas as suas formas, como uma das prioridades. São exemplo disso a dedicação a projetos como o Manual CORE – para o atendimento de crianças vítimas de violência sexual ou o Manual crianças e jovens vítimas de violência: compreender, intervir e prevenir.
Pelas razões apresentadas, a violência sexual contra crianças e jovens será mantida como uma prioridade na atividade da APAV, na qualificação dos seus Técnicos de Apoio à Vítima, nas suas campanhas de sensibilização e no aprofundamento de colaboração com as instituições que lidam direta ou indiretamente com estes crimes.
A violência sexual contra crianças e jovens é um crime grave, de consequências devastadoras para a criança, para a família e para a sociedade. Estes crimes não podem ser remetidos ao silêncio. A APAV pode ajudar.