A maior parte das pessoas que necessitam de ser internadas em unidades de cuidados paliativos morrem antes de ter vaga num dos serviços, denunciou ao jornal “Diário de Notícias” a especialista do Centro Hospitalar de Lisboa Central, Alice Cardoso.
Só na região de Lisboa, a pior do país, existe “uma lista de espera actual de três meses”, adiantou a médica, que refere mesmo que “só 10% dos doentes referenciados chegam a ser internados”.
“Nunca houve tanto tempo de espera para internamento. Em 2009 era de mês/mês e meio”, frisa Alice Cardoso, que diz ter conseguido resposta para apenas 5 de 60 doentes.
As percentagens apontadas por esta médica foram confirmadas por outros especialistas entrevistados pelo mesmo jornal. Emília Fradique, enfermeira especializada na área no Hospital de Santa Maria, diz que a espera tem rondado dois meses e meio a três meses e, por isso, o internamento só chega a cerca de 10% dos casos.
Inês Guerreiro, coordenadora da Unidade de Missão dos Cuidados Continuados Integrados, afirmou ao “Diário de Notícias” que há 14 unidades de internamento na rede, três fora de hospitais. A responsável frisou ainda que o objectivo é haver uma unidade em quase todos os hospitais e reforçar as equipas domiciliárias.
Fonte: Diário de Notícias