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Cavaco Silva recusa que o envelhecimento da população seja considerado “uma ameaça” ou “um fardo” para a sociedade

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Cavaco Silva recusa que o envelhecimento da população seja considerado “uma ameaça” ou “um fardo” para a sociedade

O Presidente da República, Cavaco Silva, recusou ontem que o envelhecimento da população seja considerado “uma ameaça” ou “um fardo” para a sociedade.
“Não é o facto de estarmos a falar de pessoas mais idosas que nos deve impedir de as considerar também como parte das soluções”, disse Aníbal Cavaco Silva, em Lisboa, na sessão “O Tempo da Vida”, organizada no âmbito do Fórum Gulbenkian de Saúde. “É precisamente por se tratar de pessoas que não devemos tomá-las apenas como um número, um custo, um encargo”, acrescentou.
O Chefe de Estado falou depois do caso das empresas e da sua “obsessão sobre o contínuo rejuvenescimento dos seus trabalhadores”, questionando-se se essa opção “traduz sempre um ganho efectivo de eficiência” ou se não contribuirá para “um défice de identidade de cultura organizacional e, mesmo, de rentabilidade”. Recorrendo a estatísticas, Cavaco Silva disse que, a “manterem-se as actuais tendências”, a populaçãoo com mais de 65 anos representará, daqui por cerca de 40 anos, em 2050, um terço do total da população portuguesa. Isto apesar de estar previsto que, dentro de dois anos, Portugal atinja o seu máximo histórico populacional, 10,6 milhões de habitantes, e ter, nessa altura, uma percentagem de pessoas com mais de 65 anos de cerca de 18 por cento do total. Feitas as projecções, em meados deste século a população nacional terá baixado 1,3 milhões de pessoas, para cerca de 9,3 milhões, e os idosos atingirão 32 por cento desse número. Em 2050, prosseguiu, o actual indíce de envelhecimento quase se multiplicará 2,5 vezes, passando dos actuais 108 para 243 idosos por cada 100 jovens.
“Trata-se de uma alteração profunda da estrutura demográfica, que exige das próximas gerações novas formas de encarar o envelhecimento”, advertiu. Isso implica “falar de novos estilos de vida e de não continuarmos a tentar enfrentar os problemas do século XXI com as soluções do século XX”. Tanto mais que o envelhecimento populacional, prosseguiu, “representa um desafio cujos contornos e impactos estão longe de ser devidamente identificados e avaliados”.
“Duvido que a opinião pública e os cidadãos portugueses estejam suficientemente informados e conscientes das dimensões desse desafio, dos problemas que levanta, dos processo de mudança que exige”, confessou o Presidente da República. Salientando que “neste, como em tantos outros domínios, não é por falta de leis que o país não avança”, Cavaco Silva admitiu que que “seja mais por falta de iniciativa, escassez de espírito empreendedor” e pela “dificuladade” que a sociedade encontra em se libertar da “dependência do Estado”.

Fonte: Lusa

Associação Portuguesa de Psicogerontologia

A Associação Portuguesa de Psicogerontologia-APP, Instituição Particular de Solidariedade Social sem fins lucrativos e de âmbito nacional, dedica-se às questões biopsicológicas e sociais inerentes ao envelhecimento e às pessoas idosas, visa a promoção da dignificação, respeito, saúde, autonomia, participação e segurança das pessoas idosas, num quadro de envelhecimento ativo e de solidariedade intergeracional, e de uma sociedade mais inclusiva para todas as idades, promove novas mentalidades e combate estereótipos negativos relativamente à idade e ao envelhecimento.