Os idosos obesos têm menos tecido neurológico nas regiões dos lobos frontal e temporal, refere um estudo publicado na revista “Human Brain Mapping”, que sugere uma ligação entre excesso de peso e maior risco de desenvolvimento de demências, nomeadamente, Alzheimer.
Trata-se do primeiro estudo que apresenta provas que sustentam a relação entre o excesso de peso e o declínio cognitivo. A equipa, liderada pelo neurocientista Paul Thompson, verificou, ao analisar 94 pessoas, com uma média etária de 70 anos, que as pessoas obesas tinham menos 8% de tecido cerebral do que as pessoas com peso normal. Por seu turno, os voluntários que apresentavam excesso de peso tinham menos 4% de tecido cerebral quando comparadas com os que estavam dentro dos valores de peso normais.
Segundo os cientistas, trata-se de uma grande perda de tecido, que conduz a um aumento do risco de desenvolvimento de Alzheimer e de outras demências. “O cérebro das pessoas obesas aparenta ter mais 16 anos e o dos indivíduos com excesso de peso parece ter mais oito anos que o das pessoas com peso normal”, explicaram os especialistas.
De acordo com os resultados da investigação, a maior perda de tecido ocorre nos lobos frontal e temporal, áreas do cérebro associadas à tomada de decisões e à memória.