Não fossem dois idosos da Serra do Bouro a doarem terrenos, não se teria realizado no passado sábado a cerimónia de lançamento da primeira pedra de Lar de idosos, Serviço de Apoio Domiciliário e Creche, obra a ser desenvolvida pela Fonte Santa – Centro Social da Serra do Bouro, instituição particular de solidariedade social.
Beatriz Silva Jerónimo e António Rainho Francisco prescindiram de quaisquer valores que poderiam ter auferido com a venda dos terrenos e doaram-nos à instituição. Um gesto altruísta, bastante elogiado, até porque os dois habitantes da Serra do Bouro não são pessoas que vivam desafogadamente.
“Se eu for chamado a inaugurar este edifício, faço questão que os seus nomes fiquem no lar, porque estão a doar um terreno sem o qual não se fazia a obra e que teria valor de muitos milhares de euros. Quantos problemas eu tenho com um metro de terreno para alargar uma estrada aqui e acolá, quando eu vejo gente que dá este terreno para o lar, estas pessoas merecem um abraço e uma distinção de todos nós”, manifestou o presidente da Câmara, Fernando Costa.
O futuro edifício será composto por creche, com capacidade para 33 crianças. O lar servirá 30 utentes. Quanto ao serviço de apoio domiciliário, será uma resposta para 42 utentes que pretendam permanecer em suas casas. A área total do edifício é de 2140 metros quadrados.
Álvaro Baltazar, presidente da Junta de Freguesia, sublinhou que “pela sua dimensão, esta será a maior obra que alguma vez se fez na Serra do Bouro”. O presidente da Câmara, Fernando Costa, destacou que o edifício ficará “num espaço espectacular, bem localizado, próximo da povoação, no centro da freguesia, e com alguma tranquilidade”
Declarações mereceram o elogio de Fernando Gonçalves, director do Centro Distrital de Segurança Social. “Queria saudar o gesto democrático do senhor presidente da Câmara”, manifestou. De acordo com o representante do Governo, “Caldas da Rainha foi o concelho do distrito que mais verbas recebeu do Pares – Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais – e isso deve-se a um conjunto de necessidades e ao mérito dos presidentes das instituições que lideraram os projectos”. “Reconheço também o empenho da Câmara através do financiamento substancial e preocupação pelas questões sociais”, afirmou.
Artigo retirado de “Jornal das Caldas”